Via Brasil Sem Medo. Por Fernando de Castro
A senadora Eliziane Gama (Cidadania/MA), responsável pela criação da Frente Parlamentar pelo Desarmamento no Senado Federal, registrou em sua cota parlamentar no ano de 2020 um gasto de R$21.600,00 com segurança privada. A criação da Frente foi aprovada na última quarta-feira (7).
Senadora Eliziane Gama quer desarmar ainda mais a população, mas durante a campanha de 2020 gastou mais de R$ 7 mil por mês em segurança privada
De acordo com o Portal da Transparência do Senado, os gastos da senadora com segurança privada ocorreram nos meses de setembro, outubro e novembro do ano passado. Em cada mês, foi gasto o valor de R$7.200,00 para segurança da parlamentar no Estado do Maranhão.
Consultada pela reportagem do BSM, a assessoria da parlamentar afirmou que a segurança privada foi contratada durante o período das eleições. Segundo a assessoria, a senadora teria sofrido várias ameaças à sua integridade por ter participado ativamente das campanhas eleitorais no Estado.
Nas redes sociais de Gama, é possível encontrar publicações em que ela aparece em caminhadas, passeatas e carreatas apoiando diversos candidatos dos munícipios maranhenses, sendo eles do PCdoB, Cidadania ou Democratas.
Desarmamentismo
Ao justificar a criação da Frente Parlamentar pelo Desarmamento, a senadora afirmou que é preciso acabar com o que chamou de “riscos da cultura do armamento”. O texto aprovado foi o substitutivo do relator da matéria, senador Paulo Rocha (PT/PA). Na consulta pública da matéria no site do Senado, dos 7.527 votos, 7.472 cidadãos se manifestaram contra a criação da Frente.
O argumento de Gama é o já esperado e já amplamente refutado: o aumento de armas de fogo aumenta os homicídios. A senadora alega que 70% dos assassinatos cometidos no Brasil são feitos com armas de fogo e que, por isso, a solução seria desarmar a população.
A Frente Parlamentar terá como objetivo “formular, aprimorar e apresentar proposições com providências direcionadas ao desarmamento e ao regulamento das limitações de autorizações para compra, transporte, porte, uso e registro de armas de fogo”.
Bene Barbosa, maior especialista do país em armamento civil, contesta essa visão e critica o pouco conhecimento dos senadores em torno do assunto.
Ele explica que iniciativas como essa não são novidade. Em 2004 e 2005 foram criadas frentes semelhantes para debater o referendo que visava impedir as vendas das armas de fogo no país, que foi rejeitado pela maioria da população.
“No referendo de 2005, a população demonstrou seu posicionamento contrário ao controle da venda de armas, portanto, todos esses senadores que se unem nesta frente parlamentar mostram um caráter absolutamente antidemocrático e um desconhecimento gigantesco sobre a matéria, sendo incapazes de se sustentar em qualquer debate sobre o tema”, pontuou